27/10/2017

O maior político do mundo – VI

            “O espirito me ungiu para (...) proclamar um ano de graça do Senhor” (Lc 4, 18). Que significa isso? Um ano de graças do Senhor quer dizer para nós que, uma vez acontecido tudo o que foi anunciado anteriormente, Deus fornece um tempo de total bonança. Ele escancara o coração dele para entregar tudo o que é bom para nós: Desde a graça santificante que implica o perdão de nossos pecados e a presença dele em nós, dando a força necessária para realizarmos de maneira plena tudo aquilo que Ele programou para cada um de nós. É mesmo um tempo de abundância total, um tempo de graças. A expressão “ano” na Bíblia Sagrada quer dizer isso: Um período de tempo suficiente para a realização do que Deus proclamou. Um dia para Deus, diz a Sagrada Escritura, é como mil anos (Cf. 2 Pd 3,8). Naturalmente para nós que vivemos a última etapa da história da salvação (cf. 1Jo 2,18), esse ano de graças do Senhor vai até o final dos tempos, quando se consumará a história da salvação selada pelo juízo final, que Jesus proclamará solenemente numa demonstração pública de sua vitória sobre as forças do mal (Cf. Mt 25, 31-46 e 2 Tes 2, 3-8). Aí sim, o ano da graça do Senhor desabrocha na eternidade, onde viveremos para sempre em plena felicidade, no convívio direto com Jesus, vendo-o tal como Ele é (Cf. 1 Jo 3,2).
Chegamos, finalmente, ao 6° (sexto) e último item da programação da ação de Jesus neste mundo, passada mediante a unção do Espirito Santo.

20/10/2017

O maior político do mundo - V

           
Estamos no item 4 (quatro) da grande missão de Jesus: Libertar os oprimidos.
            Excelente providência do Espirito Santo ao ungir Jesus, pois todos nós estamos oprimidos. Nosso maior opressor é Satanás. Como dizia Pedro ele está constantemente a nos rodear, como o leão procura a presa para devorar (1 Pe 5,8). Deu bobeira, ele pega. Esse terrível opressor nos gera os outros opressores que apresentam de maneira perceptível o seu tremendo poder. Tais são os grandes empresários, os políticos por eles corrompidos. Os políticos, por sua vez nos jogam nas costas a opressão da miséria, da fome, do analfabetismo e da doença que culmina com a morte.
            É assim. Esses terríveis opressores estão matando o povo, estão nos matando. E nossa ignorância, nosso analfabetismo (sobretudo o analfabetismo político) é a grande parceira dos opressores para nos derrubarem cada vez mais. O analfabetismo nos deixa apáticos, realizando aquilo que o personagem da novela Velho Chico constatava: “É do silêncio do povo que nascem os opressores”. É exatamente isso que está acontecendo no Brasil. E aqui está ocorrendo algo de mais grave ainda: O silêncio do povo não só gera, mas também alimenta o opressor. É aí que o negócio se torna realmente feio e quase desesperador para quem ainda luta pela libertação do povo.

            Mas é só abrir os olhos e o entendimento e ver: Temos um grande libertador diante de nós. É só decidirmos andar de mãos dadas com Ele: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6). Ou prefere andar de mãos dadas com o Satanás que só nos oprime? Jesus disse: “Fui ungido para libertar os oprimidos” (Cf. Lc 4, 18). Ele falou e realizou. Mas se preferimos a opressão Ele respeita nossa decisão. E aí, haja dor, haja sofrimento!

13/10/2017

O maior politico do mundo – IV

Eu vim para dar vista aos cegos”, acrescentou Jesus em seu discurso de auto apresentação na sinagoga de Nazaré.
            Devolver a vista aos cegos, para Ele, não significa simplesmente sua capacidade de recuperar cegos do ponto de vista puramente físico como no caso dos cegos de Jericó (cf. Mt 20,29-34) mas, sobretudo, a cegueira da mente, a cegueira espiritual que é mais grave e perigosa que a cegueira física. Foi que ela arrancou dos lábios de Jesus esta expressão contundente contra os fariseus: “Jesus disse então: “É para um julgamento que eu vim a este mundo: para que os que não veem vejam, e os que veem se tornem cegos”. Ouviram isto alguns dos fariseus que estavam com ele e perguntaram-lhe: “Por acaso também nós somos cegos?” Respondeu-lhes Jesus: “Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas porque dizeis: ‘nós vemos’, vosso pecado permanece”.” (cf. Jo 9,39-41; Mt 23,16.17.33). Foi também ela que levou Jesus a derramar lagrimas ao contemplar Jerusalém rebelde à sua mensagem: “Chegando mais perto, Jesus viu a cidade e chorou sobre ela, dizendo: “Ah! se ao menos neste dia tu também compreendesses como encontrar a paz! Mas isto agora está oculto a teus olhos. Porque dias virão sobre ti em que teus inimigos te cercarão de trincheiras, investirão contra ti e te apertarão de todos os lados. Eles te destruirão junto com teus moradores que estiverem em teu meio e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste o tempo da visita de Deus!” (cf. Lc 19, 41-44).
            É essa cegueira espiritual que faz muita gente prosseguir nos desmandos sexuais apesar de saber que essa prática prejudica a si e aos seus parceiros. Mas, fecham os olhos, fazem que não veem e prosseguem fazendo besteira. É também a cegueira mental que leva tantos governantes deste mundo a fazerem guerra sabendo que não é a solução. E por ai vai... Essa cegueira mental tem feito muito mal à humanidade. Jesus veio libertar o homem dela mediante sua mensagem sanadora. Mas o ser humano preferiu continuar em sua cegueira. Daí o desastre. Aquele que prefere caminhar cego que se cuide, pois o resultado final vai ser terrível para ele: condenação eterna. Não acredita nisso? Problema seu! “Quem nele crê não é condenado. Mas, quem não crê, já está condenado, porque não creu no nome do Filho unigênito de Deus.” (cf. Jo 3,18).


06/10/2017

O maior politico do mundo - III

         
Anunciar aos cativos à libertação (Cf. Lc 4, 18); eis o segundo objetivo da vinda de Jesus ao mundo.
Mas o que significa estar preso? No nosso entender comum é estar retido em um presidio, ou campo de concentração, sempre por ordem de alguém, como o vencedor de uma guerra ou autoridade agindo em nome de uma sociedade que ela representa no ato da punição. Noutras palavras é alguém que perdeu a liberdade ficando nas garras do inimigo ou nas garras da lei. Em sentindo mais abrangente é alguém preso a um tipo de situação que não condiz com a dignidade humana, tanto no aspecto físico quanto moral da pessoa. Um exemplo típico é o dependente de vícios em suas variadas apresentações: álcool, fumo, as drogas químicas da atualidade, também o uso da sexualidade viciosa, por exemplo.
         Muitas pessoas são verdadeiras escravas destas situações. E quando se aprofunda mais no assunto, percebemos que a maior prisão do mundo é a do pecado. Não adianta cobrir o sol com a peneira. O pecado é a maior prisão do mundo. O inimigo que nos colocou nesta prisão é sua excelência o Satanás, ou diabo, ou demônio ou nomeado com a palavra que você queira usar. É aquele que Jesus intitulou de príncipe deste mundo (Cf. Jo 16, 11) e a ele também se referiu quando respondeu aos fariseus por ocasião da cura daquele paralítico (Cf. Mc 2, 1-12).
         É exatamente por causa do pecado que acontecem as prisões visíveis pelos nossos sentidos: o cidadão foi para o presídio (cadeia) exatamente porque matou alguém, roubou alguém, estuprou alguém e tantas outras razões que o incriminaram.
         É certamente da prisão do pecado que Jesus veio nos arrancar. “Teus pecados estão perdoados”, falou ele na sinagoga dirigindo-se ao paralítico que pretendia a cura física. É que ele sabia que a maior prisão não era a paralisia que o impedia de andar, mas o pecado. Este é que era o problema maior do rapaz. O problema maior era o pecado (Cf. Mc 2 e também Lc 13,16; Jo 5, 14).

         Portanto, fugir do pecado, das garras de Satanás, é a melhor opção para o ser humano. Jesus está à disposição para nos ajudar.

29/09/2017

O maior político do mundo – II

         
            Logo ao iniciar seu trabalho missionário entre nós, Jesus declarou solenemente, em Nazaré da Galileia a que veio. Citou os cinco itens do seu trabalho conforme já estava previsto pelo profeta Isaias: Evangelizar os pobres, anunciar a libertação aos cativos, a recuperação da vista dos cegos, libertar os oprimidos e proclamar um ano de graça do Senhor (Cf. Lc 4, 18-19; Is 61, 1-4).
Comento hoje o primeiro item: O que quer Jesus dizer ao falar evangelizar os pobres? Ele veio dizer: Animem-se, pois chegou à solução para vocês. Para vocês, os pobres nos dois sentidos: O pobre de bens materiais e o pobre em espirito, ou seja, aqueles que têm recursos, mas que não confiam nesses recursos; sua confiança está exclusivamente em Deus, o Senhor. É como diz a sagrada escritura: “Minha alma confia no Senhor” (Sl 25, 1-2); e noutra parte: “Eu ouço e socorro [...]”.
Jesus poderia ter falado a eles com estas palavras: Fiquem tranquilos, pois agora vocês podem morar com Deus, vendo-o face a face no céu (Cf. 1 Cor 13, 12). E com esta salvação do espirito, com a cura do pecado de vocês, vem também a cura da sua excessiva pobreza material. Sim, porque a pobreza material excessiva é consequência da ganância dos ricos, como também, em muitos casos, por falta de garra por parte dos pobres. Dizendo de outra forma, pobreza é fruto da ganancia dos espertalhões e da preguiça ou apatia dos pobres (Cf. Tg 5, 4; Pr 6, 9-11). É o fruto do pecado, é fruto da desobediência a Deus que disse: “Ame o próximo como a si mesmo” e “Com o suor de teu rosto comerás o pão” (Cf. Mt 22, 37-39; Gn 3, 19).
Então, a primeira missão de Jesus foi resolver esta parada: Tirar o ser humano da situação da miséria espiritual e material.

Não perca o próximo artigo.

22/09/2017

O maior político do mundo – I

Alguém me fez uma crítica, falando a um membro da minha família, nestes termos: “Olhe, o padre Guilherme está falando muito em política, a obrigação dele é pregar o evangelho”.
         Esperei que ele falasse o assunto dirigindo-se diretamente a mim, mas não o fez. Então, agradecendo a sua observação, eu quero, dizer para essa pessoa e para quem interessar possa, que ela, como eu, entende pouco de política e de evangelização. Da minha parte, porém, o que sei vou passando aos outros simplesmente com a intenção de ajudar.
         Então veja: O que é política? No meu entender, a política pode ser entendida sob dois aspectos. Podemos entendê-la de modo mais abrangente, de maneira universal. Neste sentido todos nós, todo ser humano é político como já dizia Aristóteles o famosos filosofo grego: “ O homem é um ser político”. Percebemos isso, por exemplo, na atitude do (a) adolescente que pretendendo ir a uma festa ou cinema pede que a mamãe consiga do papai a permissão para ir ao evento. É que ele (a) sabe que a mamãe pelo seu jeito meigo de ser e de agir tem mais condições de conseguir o sim do velho.  É também o caso de alguém que quer conseguir um emprego em determinada empresa e pede a mediação de uma pessoa amiga do empresário. Isso é a política em sentido universal; é a política comum a todo ser humano. podemos defini-la  como sendo a arte de conseguir o que se quer.
Tomada em sentido mais estrito podemos definir a política como a arte de gerir o bem comum.   Veja bem: Gerir, não se aproveitar do bem comum.
         E evangelizar? Evangelizar é mostrar ao ser humano como proceder para chegar a Deus, que é o supremo bem comum. Noutra palavra, é ensinar ao o povo o que Jesus mandou. É Assim que entendo os dois temas.
         E o que foi que Jesus nos ensinou? O que foi que ele veio fazer neste mundo? A que veio Jesus? Eis como Ele mesmo informa: “O Espirito do Senhor (... ) me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista; para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor” (Lc 4, 18-19). Aí está sintetizada a missão de Jesus neste mundo.
         Já veio credenciado como o maior político ou governante do mundo (cf. Mt 28,18). Compete a nós fazermos o que Ele fez e ordenou (cf. Mt 28,19-20).

Voltaremos ao assunto no próximo artigo.

15/09/2017

Festa de padroeira


            Estamos celebrando hoje, com muita alegria, a festa de Nossa Senhora das Dores, a querida padroeira da nossa diocese de Caruaru.
Mas o que é ser padroeiro ou padroeira de uma comunidade? Só para lembrar, eu afirmo que padroeiro(a) na igreja é aquele(a) santo(a) que é a autoridade eclesiástica, juntamente com a comunidade cristã, escolhe para ser o(a) protetor(a) da comunidade em apreço. Pode ser o(a) padroeiro(a) de uma comunidade rural, ou de um bairro, cidade, estado ou nação, como Nossa senhora aparecida que é a padroeira de todo o Brasil.
Então, o(a) santo(a) escolhido(a) fica de olho na comunidade que lhe foi confiada, para levar a Deus seus problemas, suas necessidades, ou mesmo apresentar seus louvores ao Senhor, em seu bonito papel de intercessor(a).
Claro que esta praxe da igreja em confiar seu povo à proteção de um(a) santo(a) de modo algum é uma coisa aleatória, sem a divina fundamentação bíblica. A Bíblia apresenta várias situações em que Deus coloca anjos ou pessoas santas no encargo de tomar conta de alguém ou de uma comunidade. Confira, por exemplo, Jó 33,23-24; Zc 1,12 e Tb 12,12-15, textos esses que nos mostram a proteção dos anjos aos seres humanos. E Jesus afirma categoricamente, falando sobre o respeito que devemos ter às crianças: “Cuidado para não desprezardes nenhum desses pequenos, porque – eu vos afirmo – seus anjos no céu estão continuamente na presença de meu Pai que está nos céus” (Mt 18,10-11). Tudo isso nos aponta a existência do famoso “anjo da guarda”, ou seja: cada um de nós tem o seu anjo protetor desde o início, até o final da vida. É aquele que sempre nos protege, sempre cuida de nós. Essa crença já está presente no cristianismo desde o início, conforme testemunhas em escritos por volta dos séculos dois e três da era cristã. É preciso acreditar, não é gente?

Parabéns, pois, aos que formam a diocese de Caruaru, por terem como protetora, uma mulher de tamanha envergadura. Simplesmente, a mãe do divino Salvador (Confira Lc 1,31-32).