Prossigamos na apreciação da
mensagem da CNBB.
Analisando a problemática
sócio, política e econômica do Brasil, nossos pastores falam assim
em certa altura do documento:
“Precisamos ser uma nação
de irmãos e irmãs, eliminando qualquer tipo de discriminação,
preconceito e ódio. Somos responsáveis uns pelos outros. Assim,
quando os povos originários não são respeitados em seus direitos e
costumes, neles o Cristo é desrespeitado: “ Todas as vezes que
deixastes de fazer isso a um destes mais pequeninos, foi a mim que
deixastes de fazer” ( Mt 25,45 ).
E mais adiante: “A
mercantilização das terras indígenas e quilombolas nasce do desejo
desenfreado de quem ambiciona acumular riquezas. Nesse contexto,
tanto as atividades mineradoras e madeireiras quanto o agronegócio
precisam rever seus conceitos de progresso, crescimento e
desenvolvimento. Uma economia que coloca o lucro acima da pessoa, que
produz exclusão e desigualdade social, é uma economia que mata,
como nos alerta o Papa Francisco ( EG 53). E mais ainda: “ As
necessárias reformas política, tributária e da previdência só se
legitimam se feitas em vista do bem comum e com participação
popular de forma a atender, em primeiro lugar, os pobres, juízes da
vida democrática de uma nação” ( Exigências Éticas da Ordem
Democrática, CNBB, n° 72 ). Nenhuma reforma será eticamente
aceitável se lesar os mais pobres. E cito o último texto: Lembramos
que “o desenvolvimento tem necessidade de cristãos com os braços
levantados para Deus em atitude de oração, cristãos movidos pela
consciência de que o amor é cheio de verdade do qual procede o
desenvolvimento autêntico, não produzimos nós, mas nos é dado”
(Bento XVI, Caritas in Veritate, 79).
O que fica bem patente
para nós ao longo de todo o documento é que a maneira como o
governo pretende governar o país não está bem, precisa ser
repensada. Segundo, tudo deve ser feito tudo em vista em primeiro
lugar o direito da pessoa humana ao ponto de tirar da pobreza extrema
todos os brasileiros que se encontram nesta situação, afinal de
contas a nossa constituição reza assim: São
direitos dos trabalhadores urbanos e rurais além de outros que visem
à melhoria de sua condição social: salário mínimo, fixado em
lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação,
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o
poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim (
Art. 7° parágrafo VI )
Para esta batalha todos somos
convocados. O Brasil é nosso e Deus é a força maior com quem
devemos contar.
“ Buscai, pois, em
primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça, e todas essas coisas
lhes serão acrescentadas.” ( Mt 6,33 ).
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