23/06/2019

Mensagem dos Bispos VI

Prossigamos na apreciação da mensagem da CNBB.
Analisando a problemática sócio, política e econômica do Brasil, nossos pastores falam assim em certa altura do documento:
Precisamos ser uma nação de irmãos e irmãs, eliminando qualquer tipo de discriminação, preconceito e ódio. Somos responsáveis uns pelos outros. Assim, quando os povos originários não são respeitados em seus direitos e costumes, neles o Cristo é desrespeitado: “ Todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes mais pequeninos, foi a mim que deixastes de fazer” ( Mt 25,45 ).
E mais adiante: “A mercantilização das terras indígenas e quilombolas nasce do desejo desenfreado de quem ambiciona acumular riquezas. Nesse contexto, tanto as atividades mineradoras e madeireiras quanto o agronegócio precisam rever seus conceitos de progresso, crescimento e desenvolvimento. Uma economia que coloca o lucro acima da pessoa, que produz exclusão e desigualdade social, é uma economia que mata, como nos alerta o Papa Francisco ( EG 53). E mais ainda: “ As necessárias reformas política, tributária e da previdência só se legitimam se feitas em vista do bem comum e com participação popular de forma a atender, em primeiro lugar, os pobres, juízes da vida democrática de uma nação” ( Exigências Éticas da Ordem Democrática, CNBB, n° 72 ). Nenhuma reforma será eticamente aceitável se lesar os mais pobres. E cito o último texto: Lembramos que “o desenvolvimento tem necessidade de cristãos com os braços levantados para Deus em atitude de oração, cristãos movidos pela consciência de que o amor é cheio de verdade do qual procede o desenvolvimento autêntico, não produzimos nós, mas nos é dado” (Bento XVI, Caritas in Veritate, 79).
O que fica bem patente para nós ao longo de todo o documento é que a maneira como o governo pretende governar o país não está bem, precisa ser repensada. Segundo, tudo deve ser feito tudo em vista em primeiro lugar o direito da pessoa humana ao ponto de tirar da pobreza extrema todos os brasileiros que se encontram nesta situação, afinal de contas a nossa constituição reza assim: São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais além de outros que visem à melhoria de sua condição social: salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim ( Art. 7° parágrafo VI )
Para esta batalha todos somos convocados. O Brasil é nosso e Deus é a força maior com quem devemos contar.
Buscai, pois, em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas.” ( Mt 6,33 ).

Nenhum comentário: