Tu és pó

 

A expressão que mais me impacta no rito de celebração da Missa de Quarta-feira de Cinzas é está: “Lembra-te que és pó e ao pó hás de voltar”. É que esta expressão nos transporta à origem da humanidade e ao mesmo tempo também, infelizmente, do desastre da mesma.

Deus que disse ‘façamos o homem à nossa imagem e semelhança’ agora tem o desprazer (se é que se pode falar assim) de dizer a respeito dessa sua imagem e semelhança: és pó.

Isso Ele falou ao homem que com sua mulher, inspirados pelo do espírito mal, estavam os dois com a pretensão de “serem como deuses” Quebraram a cara como se diz em linguagem popular. O pior é que quebrando a cara Adão e Eva quebraram também a nossa cara. Ou seja, estamos sofrendo toda a consequência daquela insana pretensão e consequente decisão tomada pelo primeiro casal do mundo: comer o fruto da árvore proibida. Ou seja, a decisão de desobedecer ao mandamento do Criador. O sofrimento humano aí está e está retratado de maneira mais que evidente no sutil e perigoso “Covid-19”. Você acha que não? Continue pensando assim e me apresente argumento convincente.

Deus nos fala de muitas maneiras. O covid para mim, é o grande apelo de Deus dirigido mais uma vez a seu povo através do profeta Isaísas: “Buscai o Senhor, já que ele se deixa encontrar; invocai-o, já que está perto. Renuncie o malvado a seu comportamento, e o pecador a seus projetos; volte ao Senhor, que dele terá piedade, e a nosso Deus que perdoa generosamente." (cf. Is 55,6-7s)

É este portanto o caminho para acabar com a peste: voltar-se para Deus.

Vamos rezar!

 

Está chegando mais uma quaresma. Quaresma é tempo de mais um grande apelo de Jesus feito através da Igreja para a conversão. É o convite inaugural do trabalho de Jesus quando esteve corporalmente entre nós.

Eu sempre procurei mergulhar dentro de mim mesmo para perguntar-me: será que eu melhorei durante o tempo que me separa entre a última quaresma e esta que chega?

Continua de pé e pronunciado em timbre cada vez mais forte o grande convite: “Convertei-vos e crede no evangelho” (Mc 1,15). Ao longo de sua caminhada missionária Ele sempre insistia no tema quando dizia, por exemplo: “Sede perfeitos como vosso Pai é perfeito” (Mt 5,48).

A Campanha da Fraternidade que a Igreja Católica realiza todos os anos, neste ano vem na mesma direção: é apelo apoiando-se particularmente em Efésios 2,14a que diz: “ […] Ele, do que era dividido, fez uma unidade”.

A Igreja fiel à missão de Jesus faz hoje o mesmo apelo do seu Mestre. Isto significa que é preciso acabar com essas brigas idiotas entre igrejas cristãs ou mesmo com grupos religiosos não cristãos. Pois todos procuramos o Deus único. Os caminhos é que são diferentes. Todos somos irmãos (Mt 23,8).

É preciso rezarmos de verdade para vencermos o egoísmo e o orgulho que nos causam tantos conflitos.

De quem a vitória?

 

Quem venceu na eleição da Presidência da Câmera e do Senado? Quem saiu vitorioso?

Aí os comentaristas políticos dizem: foi uma vitória acachapante de Bolsonaro. Outros dizem: foi vitória do Centrão. Eu digo: foi vitória do dinheiro do povo só que contra o próprio povo. Sim, porque o presidente pegou o dinheiro do povo para comprar o Parlamento em vista da escolha de seus candidatos. Quinhentos e quatro milhões de reais foram gastos na compra. É o famoso “toma lá dá cá” em pleno funcionamento. No meu entender essa dinheirama ficaria melhor empregada se tivesse sido destinada ao alimento do povo desempregado neste tempo de pandemia. Você concorda comigo? É o nosso dinheiro usado contra nós e a favor dos grandes ricos! Aí eu me lembro da fala cômica de nosso saudoso Chico Anísio: “E o povo? Tadinho do povo!”

Mas aí fica demonstrada mais uma vez a qualidade dos homens que nos governam. E consequentemente sinto também a necessidade urgente de mudarmos a qualidade do nosso voto. Votar é escolher mais funcionários para administrar em favor de todos e não só em favor de um pequeno grupo de privilegiados. Pense bem o seu comportamento em tempo de eleições.

Votar mau é sacrificar o povo dentro do qual você e eu estamos durante mais quatro anos. Eleições é coisa séria. Não podemos continuar empurrando com a barriga.