26/01/2018

Grande Recompensa



A nona e última bem-aventurança proclamada por Jesus no Sermão da Montanha, soa assim: “Felizes sereis vós, quando os outros vos insultarem e perseguirem, e disserem contra vós toda espécie de calúnias por causa de mim. Alegrai-vos e exultai porque recebereis uma grande recompensa no céu. Pois foi assim que eles perseguiram os profetas que vos precederam” (Mt. 5. 11-12).
        Veja que bacana: Se é feliz quem sofre rejeição porque leva uma vida correta, pois lhe é assegurado o reino de Deus, imagine o que sofre diretamente por causa de Jesus! Ele garante uma grande recompensa no céu para essa pessoa. O maior exemplo disso nós encontramos no martírio. Veja o que aconteceu a Santo Estevão, o primeiro mártir do cristianismo (cf. At. 7, 54-60).
        Veja bem: essas perseguições, esses maus-tratos aos cristãos por causa de Jesus é o destino glorioso dos seguidores de Cristo. Ainda hoje estão maltratando e matando cristãos por ai a fora. Há pouco tempo mataram um Padre na hora da celebração da Santa Missa. Precisamos estar atentos e corajosos para não largar Jesus em hipótese alguma. Ele mesmo nos afirmou: “Quem perder sua vida por causa de mim vai encontrá-la” (Mt. 16, 25). Foi isso que aconteceu com os profetas, os primeiros cristãos e com os cristãos de hoje. Veja ainda o que falou Jesus: “Sereis odiados por todos por causa de mim. Mas quem perseverar até o fim será salvo” (Mt. 10, 22). E também: “Sereis odiados por todos por causa de meu nome. Mas não se perderá um só cabelo de vossas cabeças. Com vossa constância salvareis vossas vidas” (Lc. 21, 17-19).
       Vale a pena sofrer por Jesus pois só Ele plenifica todo o nosso ser. Ele é para nós o Tudo que vale a pena. (cf. João 15,11). Vale ou não vale? Seguir Jesus não é moleza! 

19/01/2018

Sofrer pela justiça

Sofrer pela justiça

            “Felizes os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus” (Mt 5,10). Jesus quer dizer com esta sentença que a pessoa que se conserva boa, justa, fazendo tudo de maneira correta, a pessoa que se mantem sempre como gente de bem e, por causa disso mesmo é perseguida pelos outros, essa pessoa tem por certa a posse do Reino dos Céus, ou seja, tem a salvação garantida. E essa história de ser maltratado porque se é uma pessoa boa ou, mais ainda, um pregador ou mesmo seguidor da religião, gente assim já encontramos desde a antiguidade. É o caso do profeta Jeremias, por exemplo, que já estava na iminência de largar a profecia, o seu trabalho de pregador da mensagem de Javé, por causa da gozação que faziam dele. Veja o que ele falava: “Tornei-me objeto de riso, todo dia: todos eles zombam de mim (...) Assim a palavra de Javé tornou-se para mim motivo de opróbrio e de zombaria, todo dia” (Jr 20,7-8). O profeta Eliseu também sofreu gozação por parte de “maloqueiros” que, por sinal, foram castigados por Deus logo em seguida (Cf. II Reis 2,23-24).
Também nós, religiosos de hoje, sofremos deste problema. Quantas pessoas são taxadas de papa-hóstia, barata de igreja, chaleira de padre, etc. Eu mesmo, já fui chamado de urubu, padeco, etc., pelo simples fato de eu ser padre, um pregador da palavra de Deus. É que os seguidores de Deus, sem querer, sempre incomodam os rebeldes. É o que nos confirma a palavra de Deus no livro da Sabedoria, capítulo dois, versículo doze ao dezessete: O justo incomoda o pecador.
Nem Jesus escapou da maledicência dos invejosos. Chamaram-no de possesso de belzebu, de comilão e beberrão, de impostor (Cf. Mc 3,22; Mt 11,19; Mt 27,63).

Pois é por aí: Quem suporta com bravura, sem desanimar, as injúrias proferidas por mundanos, tem garantido o Reino dos Céus. São palavras de Jesus. Você quer discordar? Não dá mesmo, não é?

12/01/2018

Promover a paz

            “Felizes os que promovem a paz, porque Deus os terá como filhos” (Mt 5,9).
Declaração solene de Jesus:
            A paz. Coisa que todos desejam, mas quase ninguém quer. Digo isso porque quem quer atingir um objetivo automaticamente busca os meios para isso. E, no caso da paz, só temos um instrumento para usar. Esse instrumento se chama conversão. Não há outro. É por isso que Jesus, sabiamente, iniciou suas instruções para a humanidade dizendo: “Convertei-vos” (Cf. Mt 4,17).
E o que é converter-se? É sair do erro para a verdade, é sair do mal para o bem, é sair da perversão do mal para a salvação de Deus, é sair do pecado para a graça, é aceitar e praticar o ensinamento de Jesus. Queiram ou não queiram, só temos este caminho.
Então veja: A paz não vem através de “tratados de paz” entre os governantes desde mundo. Podem fazer o que quiserem, mas ela não chega. Aliás, Jesus disse: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá” (Jo 14,27). É, o mundo quer oferecer a paz através de tratados, guerras ou mesmo pelo medo entre as nações. A paz procede exclusivamente de Deus; é dom de Deus, é um presente de Deus que é dado a quem se propõe a aceita-lo pelo processo da conversão. Deus está como que, ansioso para nos passar esta paz, conforme nos atesta o livro do Apocalipse, no capítulo três, versículo vinte: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouve a minha voz e abre a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo”. Foi também pela vontade de nos trazer a paz, que Ele nos mandou seu próprio Filho para nos salvar através da morte de cruz. “Paz aos homens de boa vontade”, cantam os anjos no dia em que Jesus nasceu (Cf. Lc 2,14). E o profeta Isaías diz a respeito dele: “Será chamado [...] Príncipe da paz” (Cf. Is 9,5). Essa paz, fruto da conversão, traz para as pessoas uma paz completa: paz do espírito, paz da consciência, aquela tranquilidade emocional completa. Ela é inteira paz consigo mesmo, com Deus e com o próximo. É coisa que o mundo não consegue dar.
Por aí nós percebemos que, realmente, a paz procede de Deus. Não adianta pensar de outro jeito porque não dá.
Então a pessoa que promove a paz para si mesmo e para os outros, essa pessoa tem garantida a filiação divina. É Jesus que o afirma: “Subo a meu pai e vosso pai” (Cf. Jo 20,17). E o mesmo João confirma dizendo: “Vede com que amor o Pai nos amou: somos chamados filhos de Deus e o somos de fato!” (Cf. 1 Jo 3,1). Confira, ainda 1João 3,10 e João 1,12.

Essa filiação, é claro, é uma filiação adotiva, mas real, como ficou demonstrado. Filho de Deus em sentido absoluto, só Jesus (Cf. Jo 1,14).

05/01/2018

Os puros verão a Deus

            “Felizes os de coração puro, porque verão a Deus”.
Abordo hoje a oitava bem-aventurança escrita por Mateus:
            Tem o coração puro aquela pessoa que direciona todo o seu ser para Deus. Sua inteligência, seu coração, todo o conjunto mais nobre de sua pessoa está empenhado para a santidade exigida por Deus. Empenho este que se enfoca principalmente na caridade (2 Tm 2,22), castidade (1 Ts 4,7) e no amor à verdade (Tt 1,13-14). Estas três virtudes não podem mesmo faltar ao(à) homem(mulher) que tem o coração puro. Veja, a propósito, o que diz São Paulo em sua carta aos Colossenses no capítulo três, versos cinco e seis: “Por isso, fazei morrer tudo aquilo que há de terreno dentro de vós: a imoralidade, a impureza, a paixão, os maus desejos, a cobiça, que é uma idolatria; coisas que atraem a ira de Deus sobre os que lhe desobedecem”.
            Então as pessoas que caminham conforme estas orientações da palavra de Deus, são elas que verão a Deus conforme essas expressões de São João: “... seremos semelhantes a Ele, porque o veremos tal como Ele é” (1Jo 3,2) e “O trono de Deus e do cordeiro estará na cidade e os servos de Deus o adorarão; eles verão sua face e seu nome estará em suas frontes” (Ap 22,3-4).

            Portanto, esta é a vocação de todos nós: ver a Deus face a face e morar eternamente com Ele (Cf. Ap 22,5). Mas, para isso, precisamos ter um coração puro.