São Mateus escreve assim o versículo 7 (sete) do capítulo 5
(cinco) do seu evangelho: “Felizes os
misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”. Misericórdia, em uma
primeira acepção é um atributo divino. E é um atributo de tal importância que o
Papa Francisco não se constrange em dizer: “O
nome de Deus é misericórdia”. E ele explica: “A misericórdia é divina, está relacionada com o julgamento sobre o
nosso pecado. A compaixão tem um rosto mais humano” (Papa Francisco:
O nome de Deus é misericórdia; 2016,
pág. 129). Dá pra você entender? Veja: A misericórdia de Deus é simplesmente
misericórdia com todo o conteúdo da palavra. É aquela misericórdia recebida do
divino superabundante, conforme fala São Paulo em Rm 5,20: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça”. É uma misericórdia
que sobressai a nossa necessidade de perdão. É superabundante e se direciona
exatamente para o perdão do nosso pecado.
A
misericórdia que Jesus aponta no seu sermão é mais no sentido de compaixão, de
ter pena do sofrimento do outro, seja de que tipo for. É uma compaixão que
envolve todo o ser afetivo do homem. É solidariedade sem limite (Veja Lc 7,11-17).
Percebe-se
então que a misericórdia de Deus perdoa o pecado; a misericórdia do homem
perdoa o homem e o ajuda a sair do problema em que se encontra. Mas não perdoa
o pecado. Perdoar o pecado é tarefa puramente divina. Ou seja: Você pode e deve
perdoar sempre a pessoa que lhe ofendeu, mas só Deus pode perdoar o pecado pela
ofensa cometida. Aí Jesus diz: O misericordioso na esfera humana alcança, com
certeza, a misericórdia divina, ou seja o perdão de Deus.
E atenção; essa misericórdia
humana é indispensável para a salvação (Cf. Mt 18,35).
Ódio,
raiva, intriga não dá mesmo, não é gente?