29/09/2017

O maior político do mundo – II

         
            Logo ao iniciar seu trabalho missionário entre nós, Jesus declarou solenemente, em Nazaré da Galileia a que veio. Citou os cinco itens do seu trabalho conforme já estava previsto pelo profeta Isaias: Evangelizar os pobres, anunciar a libertação aos cativos, a recuperação da vista dos cegos, libertar os oprimidos e proclamar um ano de graça do Senhor (Cf. Lc 4, 18-19; Is 61, 1-4).
Comento hoje o primeiro item: O que quer Jesus dizer ao falar evangelizar os pobres? Ele veio dizer: Animem-se, pois chegou à solução para vocês. Para vocês, os pobres nos dois sentidos: O pobre de bens materiais e o pobre em espirito, ou seja, aqueles que têm recursos, mas que não confiam nesses recursos; sua confiança está exclusivamente em Deus, o Senhor. É como diz a sagrada escritura: “Minha alma confia no Senhor” (Sl 25, 1-2); e noutra parte: “Eu ouço e socorro [...]”.
Jesus poderia ter falado a eles com estas palavras: Fiquem tranquilos, pois agora vocês podem morar com Deus, vendo-o face a face no céu (Cf. 1 Cor 13, 12). E com esta salvação do espirito, com a cura do pecado de vocês, vem também a cura da sua excessiva pobreza material. Sim, porque a pobreza material excessiva é consequência da ganância dos ricos, como também, em muitos casos, por falta de garra por parte dos pobres. Dizendo de outra forma, pobreza é fruto da ganancia dos espertalhões e da preguiça ou apatia dos pobres (Cf. Tg 5, 4; Pr 6, 9-11). É o fruto do pecado, é fruto da desobediência a Deus que disse: “Ame o próximo como a si mesmo” e “Com o suor de teu rosto comerás o pão” (Cf. Mt 22, 37-39; Gn 3, 19).
Então, a primeira missão de Jesus foi resolver esta parada: Tirar o ser humano da situação da miséria espiritual e material.

Não perca o próximo artigo.

22/09/2017

O maior político do mundo – I

Alguém me fez uma crítica, falando a um membro da minha família, nestes termos: “Olhe, o padre Guilherme está falando muito em política, a obrigação dele é pregar o evangelho”.
         Esperei que ele falasse o assunto dirigindo-se diretamente a mim, mas não o fez. Então, agradecendo a sua observação, eu quero, dizer para essa pessoa e para quem interessar possa, que ela, como eu, entende pouco de política e de evangelização. Da minha parte, porém, o que sei vou passando aos outros simplesmente com a intenção de ajudar.
         Então veja: O que é política? No meu entender, a política pode ser entendida sob dois aspectos. Podemos entendê-la de modo mais abrangente, de maneira universal. Neste sentido todos nós, todo ser humano é político como já dizia Aristóteles o famosos filosofo grego: “ O homem é um ser político”. Percebemos isso, por exemplo, na atitude do (a) adolescente que pretendendo ir a uma festa ou cinema pede que a mamãe consiga do papai a permissão para ir ao evento. É que ele (a) sabe que a mamãe pelo seu jeito meigo de ser e de agir tem mais condições de conseguir o sim do velho.  É também o caso de alguém que quer conseguir um emprego em determinada empresa e pede a mediação de uma pessoa amiga do empresário. Isso é a política em sentido universal; é a política comum a todo ser humano. podemos defini-la  como sendo a arte de conseguir o que se quer.
Tomada em sentido mais estrito podemos definir a política como a arte de gerir o bem comum.   Veja bem: Gerir, não se aproveitar do bem comum.
         E evangelizar? Evangelizar é mostrar ao ser humano como proceder para chegar a Deus, que é o supremo bem comum. Noutra palavra, é ensinar ao o povo o que Jesus mandou. É Assim que entendo os dois temas.
         E o que foi que Jesus nos ensinou? O que foi que ele veio fazer neste mundo? A que veio Jesus? Eis como Ele mesmo informa: “O Espirito do Senhor (... ) me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista; para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor” (Lc 4, 18-19). Aí está sintetizada a missão de Jesus neste mundo.
         Já veio credenciado como o maior político ou governante do mundo (cf. Mt 28,18). Compete a nós fazermos o que Ele fez e ordenou (cf. Mt 28,19-20).

Voltaremos ao assunto no próximo artigo.

15/09/2017

Festa de padroeira


            Estamos celebrando hoje, com muita alegria, a festa de Nossa Senhora das Dores, a querida padroeira da nossa diocese de Caruaru.
Mas o que é ser padroeiro ou padroeira de uma comunidade? Só para lembrar, eu afirmo que padroeiro(a) na igreja é aquele(a) santo(a) que é a autoridade eclesiástica, juntamente com a comunidade cristã, escolhe para ser o(a) protetor(a) da comunidade em apreço. Pode ser o(a) padroeiro(a) de uma comunidade rural, ou de um bairro, cidade, estado ou nação, como Nossa senhora aparecida que é a padroeira de todo o Brasil.
Então, o(a) santo(a) escolhido(a) fica de olho na comunidade que lhe foi confiada, para levar a Deus seus problemas, suas necessidades, ou mesmo apresentar seus louvores ao Senhor, em seu bonito papel de intercessor(a).
Claro que esta praxe da igreja em confiar seu povo à proteção de um(a) santo(a) de modo algum é uma coisa aleatória, sem a divina fundamentação bíblica. A Bíblia apresenta várias situações em que Deus coloca anjos ou pessoas santas no encargo de tomar conta de alguém ou de uma comunidade. Confira, por exemplo, Jó 33,23-24; Zc 1,12 e Tb 12,12-15, textos esses que nos mostram a proteção dos anjos aos seres humanos. E Jesus afirma categoricamente, falando sobre o respeito que devemos ter às crianças: “Cuidado para não desprezardes nenhum desses pequenos, porque – eu vos afirmo – seus anjos no céu estão continuamente na presença de meu Pai que está nos céus” (Mt 18,10-11). Tudo isso nos aponta a existência do famoso “anjo da guarda”, ou seja: cada um de nós tem o seu anjo protetor desde o início, até o final da vida. É aquele que sempre nos protege, sempre cuida de nós. Essa crença já está presente no cristianismo desde o início, conforme testemunhas em escritos por volta dos séculos dois e três da era cristã. É preciso acreditar, não é gente?

Parabéns, pois, aos que formam a diocese de Caruaru, por terem como protetora, uma mulher de tamanha envergadura. Simplesmente, a mãe do divino Salvador (Confira Lc 1,31-32).

08/09/2017

Um povo heroico

Você ainda se lembra do Hino Nacional Brasileiro? Aquele hino que as crianças da escola, no meu tempo de menino, cantavam com muito entusiasmo, em posição de sentido, antes de começar as aulas? Você ainda o conserva na sua memória? Que hino bonito nós temos, não é gente?! Nosso hino diz assim: “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heroico o brado retumbante ...
            Então eu estive pensando a propósito do dia 7 (sete) de setembro que acaba de passar. Pensei assim: Cadê o “povo heroico”? Onde está esse povo? Sim, porque da maneira que estão conduzindo o Brasil, o “povo heroico” já devia ter se manifestado e mostrado, mais uma vez a sua garra. Mas veja o que está acontecendo, por exemplo, aqui mesmo entre nós: Há três meses, eu com um grupo de amigos, organizamos um abaixo-assinado em favor do rio Ipojuca e, para nossa vergonha, ainda não conseguimos nem duas mil assinaturas. E olhe que distribuí pelas igrejas, escolas e faculdades de Caruaru mais de 45 (quarenta e cinco) mil panfletos ensinando direitinho a fazer a assinatura via internet. Cadê o nosso “povo heroico”? Será que os padres, pastores e diretores das escolas não fizeram o serviço direito na distribuição dos panfletos? Será que os (as) alunos (as) jogaram o panfleto fora ao invés de entregar aos pais ou responsáveis? Nem eles mesmos assinaram? Que aconteceu? Parece que o “povo heroico” morreu e não deixou descendentes. Ou será que os seus descendentes estão fugindo a luta contrariando, assim, a afirmação do nosso Hino Nacional? Pois o retrato da indiferença, da apatia, da acomodação está bem claro aí no nosso abaixo-assinado.

            Não pode ser assim não, gente! Por conta dessa nossa acomodação é que os nossos políticos já estão vendendo praticamente, todo o património deste país. São sessenta empresas que estão querendo vender, e são as empresas mais rentáveis do país. Se esse processo de privatização for, realmente efetuado, vamos voltar a ser colônia, a ser escravos e a ficarmos nas mãos de estrangeiros. E assim deixamos de ser o povo livre, o povo da liberdade que conquistamos à margem do rio Ipiranga. É hora do “povo heroico” ressurgir gritar e gritar, de novo, o “brado retumbante” de outrora. Do contrário, o sol da liberdade se apaga. E aí ... Aguente as consequências!

01/09/2017

Deus acima de tudo

Ontem eu estava em oração diante de Jesus sacramentado e, sabendo que devia escrever o artigo da semana para meu blog, fiz este pedido a Jesus: “Jesus, por favor, me inspire um tema para meu artigo de amanhã”. E, de imediato, me veio a ideia: Deus acima de tudo.
Eu achei isso formidável, inclusive porque esta expressão está no conjunto das finalidades que o projeto que defendo para o povo brasileiro traz como indispensável para o Brasil. Eis a expressão tal como se encontra no projeto: “Queremos um Brasil onde Deus é amado e respeitado, acima de tudo”. É o que nos aponta a Bíblia Sagrada: “Quem é como vós, entre os deuses, Javé? Quem é igual a vós, glorioso em santidade, formidável nas façanhas, fazedor de prodígios?”(Êx 15,11) “Eu sou Javé, não há outro; fora de mim não existe deus” (Is 45,5).
E quando obedecemos às ordens d’Ele, veja o que nos acontece: Todo tipo de vantagens e bênçãos. Confira lendo o capítulo 28 (vinte e oito) do livro Deuteronômio. Veja também, no mesmo capítulo, o que ocorre a quem desobedece os mandamentos do Senhor.
Notou porque o Brasil está na pior? É simplesmente porque não estão obedecendo e seguindo a lei de Deus. Até quando vai caminhar assim? Pobres de nós!

Mas ainda, para ilustrar o nosso tema, veja o que aconteceu a Nabucodonosor e seu filho Baltazar, em Daniel capítulos 4 (quatro) e 5 (cinco). Não dá o que pensar?