04/08/2020

Festa sem festa

Hoje, ainda vivenciando a oitava, quero falar da data de aniversário de Caruaru.  O locutor Edmilson Souza costuma despedir-se do seu público ouvinte do “Você faz o programa”, da Rádio Cultura de Caruaru com a expressão: “Adeus Caruaru, terra dos meus amores”. 
         Acho que posso imitar a expressão de Edmilson dizendo: “Salve, Caruaru, terra dos meus sonhos!” Digo isso porque no tempo em que eu era seminarista em Pesqueira, chegou conduzido por seus pais o garoto de nome Tarcísio para estudar com a gente na esperança de um dia se tornar sacerdote. O Sr. Quirino, pai do Tarcísio, vinha com a esposa frequentemente visitar o garoto que, por sinal, era filho único. Pois bem, o casal tratava seu filho com tanto carinho, com tanta delicadeza e se comunicava com os outros seminaristas que os rodeassem com tanta simpatia que me suscitaram na mente e no coração esta ideia: Caruaru é terra de gente educada, de gente fina. Deve ser muito bom morar lá. Esta ideia ficou rolando no meu pensamento até que um dia, Dom Augusto Carvalho bispo eleito de Caruaru, me perguntou se eu aceitaria vir para a Diocese de Caruaru para aumentar o número de seminaristas e, automaticamente, chegando ao sacerdócio, ser mais padre no Clero Diocesano. Não pensei duas vezes, aceitei o convite e saí da Diocese de Pesqueira para a de Caruaru. Hoje ainda estou por aqui na qualidade de pároco emérito da Paróquia de Nossa Senhora do Monte Carmelo.
        Mas veja o que aconteceu favorecendo o meu enraizamento na Cidade de Caruaru. Minha cidade natal, Petrolândia, em virtude da construção da barragem para construir a Usina Luiz Gonzaga, foi submergida pelas águas do Rio São Francisco. A ordem dada pela autoridade para o povo sair da cidade foi no dia 6 de março de 1988. Parece que os vereadores de Caruaru adivinharam  e me fizeram filho desta cidade no dia seguinte: 7 de março de 1988. Perdi minha cidade de nascimento e ganhei uma cidade de coração. Sou oficialmente filho de Caruaru desde 1988. Obrigado ao Sr. Antônio Silva autor, na época, da propositura na Câmara em favor da minha cidadania. 
        Que coisa interessante, não é gente?
        Pensei em morar em Caruaru e aconteceu.
        Isso comprova a tese de que o pensamento é força realizadora. Portanto procuremos só pensar o que é bom: bom para nós e bom para os outros. Isso é lei do psiquismo, é a lei da mente, gente.
        Então, como filho de Caruaru, fiz a festa de aniversário da cidade, do jeito que podia ser como fizeram os outros conterrâneos por conta do Covid-19: na minha casa dentro, do meu coração. 
        Viva Caruaru, terra dos meus sonhos. Sonhos, a  cidade que Deus me deu!
Parabéns Caruaru, muito carinho pra você!

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