Quero comentar a orientação um
pouco estranha de Jesus ao realizar alguns de seus milagres. Refiro-me aos
episódios da cura do leproso em Mateus 8,4; a cura dos cegos também em Mt 9,30
e a cura do surdo-mudo narrada em Marcos 7,36. São curas efetuadas nas quais
Jesus pede aos beneficiados que não levem ao conhecimento do povo.
Por outro lado, há casos em que
Jesus não só autoriza a divulgação dos seus feitos, mas até ordena mesmo que seja
feito isso, como por exemplo, ao responder ao sumo sacerdote (Jo 18,21) e ao
afirmar, depois de uma pública e solene entrada em Jerusalém, ao responder a
alguém que lhe pedia para calar o povo: “Se
eles calarem, as pedras gritarão” (Lc 19,40).
Então como explicar o caso?
É que Jesus não queria
precipitar os acontecimentos relativos à sua morte e ressurreição.
Sim, é que no tempo da vida
pública de Jesus havia praticamente três blocos de gente que o rodeavam. Uns
queriam matá-lo; eram os fariseus e a elite sacerdotal da época. Outro grupo
era das pessoas boas que vendo as qualidades extraordinárias de Jesus, queriam
fazê-lo Rei para a libertação definitiva de Israel. O terceiro grupo era dos
indiferentes.
Então, quando Jesus sentia que a
divulgação dos seus milagres poderia acender mais a ira de seus inimigos e
levá-lo à morte antecipada, Ele proibia a divulgação (Mt 12,14; Lc 14,29), caso contrário ele não fazia questão (Lc 8,39).
Portanto, o negócio era evitar que
o levassem a um cargo político como governo deste mundo ou sua morte antes da hora
programada pelo Pai. Era uma medida de prudência, de bom senso. Estava pondo em
prática a orientação dada por Ele a seus discípulos (Mt 10,16).
Vale a pena aprender com Jesus.
"Converte-se a Jesus e viver o Evangelho"
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