01/03/2019

Prudência


Quero comentar a orientação um pouco estranha de Jesus ao realizar alguns de seus milagres. Refiro-me aos episódios da cura do leproso em Mateus 8,4; a cura dos cegos também em Mt 9,30 e a cura do surdo-mudo narrada em Marcos 7,36. São curas efetuadas nas quais Jesus pede aos beneficiados que não levem ao conhecimento do povo.
Por outro lado, há casos em que Jesus não só autoriza a divulgação dos seus feitos, mas até ordena mesmo que seja feito isso, como por exemplo, ao responder ao sumo sacerdote (Jo 18,21) e ao afirmar, depois de uma pública e solene entrada em Jerusalém, ao responder a alguém que lhe pedia para calar o povo: “Se eles calarem, as pedras gritarão” (Lc 19,40).
Então como explicar o caso?
É que Jesus não queria precipitar os acontecimentos relativos à sua morte e ressurreição.
Sim, é que no tempo da vida pública de Jesus havia praticamente três blocos de gente que o rodeavam. Uns queriam matá-lo; eram os fariseus e a elite sacerdotal da época. Outro grupo era das pessoas boas que vendo as qualidades extraordinárias de Jesus, queriam fazê-lo Rei para a libertação definitiva de Israel. O terceiro grupo era dos indiferentes.
Então, quando Jesus sentia que a divulgação dos seus milagres poderia acender mais a ira de seus inimigos e levá-lo à morte antecipada, Ele proibia a divulgação (Mt 12,14; Lc 14,29),  caso contrário ele não fazia questão (Lc 8,39).
Portanto, o negócio era evitar que o levassem a um cargo político como governo deste mundo ou sua morte antes da hora programada pelo Pai. Era uma medida de prudência, de bom senso. Estava pondo em prática a orientação dada por Ele a seus discípulos (Mt 10,16). 
Vale a pena aprender com Jesus.



"Converte-se a Jesus e viver o Evangelho"

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